quarta-feira, maio 21, 2003

Hoje foi o encontro do pessoal q fez o treinamento, e o meu pai pediu para subir no palco e falar um pouco sobre como tinha sido tudo para ele. Foi muito emocionante, e principalmente, eu não imaginava q ele fosse dizer o q ele disse...
Minha adolescência foi aquele clichê básico "pobre menina meio rica", porque de fato mesmo, nunca fomos ricos, mas nunca me faltou nada, intercâmbio aos 15, carro usado e velho aos 18, roupas de marca, escola sempre particular e tudo o mais, e é óbvio q eu fui extremamente rebelde, do tipo de tomar o primeiro porre aos 12, começar a fumar aos 14, arranjar briga na rua, experimentar drogas, cair de bêbada e ter q tomar glicose, e tudo o mais q era possível para receber atenção dos meus pais, primeiro pq eles estavam sempre trabalhando para poder me comprar tudo o q eu queria, e segundo pq minha família é japonesa, e rola um machismo forte, eu nunca precisei ser inteligente, tirar boas notas ou ser responsável, bastava q eu fosse bonitinha, comportada, escondesse muito bem meus erros e falhas e me casasse cedo, de preferência com um japonês, engenheiro, mais velho e q pudesse continuar me comprando tudo o q eu quisesse. Com meu gênio forte e contestador, está claro q não deu muito certo, até aí tudo bem, e os meus pais meio q desistiram e me aceitaram qdo eu tinha uns 16 anos, eu, eventualmente, deixei a rebeldia de lado e nós passamos a nos dar até q muito bem, eles acreditando q o mais importante é q eu seja feliz, e tendo lapsos do tipo "ah, ele é um bom partido" sobre o engenheiro japonês q faz GV comigo, e eu tendo entendido q no fim, eles sempre fizeram o q acreditavam ser o melhor.
Mas hoje, pela primeira vez, e diante de umas 100 pessoas, meu pai pediu desculpas por ter nos dado tudo o q havia de material, mas não amor e nem reconhecimento... E para quem já me conhece bem, sim, eu estou chorando só de lembrar disso...

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