segunda-feira, junho 13, 2005

Ao som de Zero 7, recebi e li esse email:

'Beijar o gato entre as orelhas é uma forma de solidão. Lavar a louça às três da manhã, apreciar muito a própria letra, ouvir a brasa comer o papel do fumo no silêncio também. Acreditar nas estrelas que passam com mais pressa. Deitar sozinho. Às vezes deitar acompanhado também. Ter um casaco de lá cinza-escuro que não lava há dois invernos. Acompanhar seriado (americano). Achar-se inadequado e esquecido ou achar-se bom demais pros outros. Possuir neste vasto mundo apenas um cabideiro. Beber destilado em copo plástico, esquecer o aniversário da amiga. (...) Telefonar a cobrar de um orelhão na chuva para outra cidade. Chamar o garçom pelo nome e ser chamado pelo nome por ele. Concordar que o rock morreu. Escrever sem expectativas, confiar no conselho da manicure, escrever cartas, não enviar cartas. Às vezes mesmo enviá-las é uma forma de solidão. (...)'

Cecilia Giannetti no conto 'Inseto', publicado na coletânea '[dentro de] um livro', pela Casa da Palavra


A minha resposta:
E aí, quais suas formas de solidão favoritas? ;-)

>Beijar o gato entre as orelhas
Adorava e sinto falta do meu gato no meu colo... Especialmente nesses dias frios...

>Lavar a louça às três da manhã,
ás 3 da manhã nunca, mas ás 7, 8 da manhã, chegando da balada e precisando desacelerar, com certeza...

>apreciar muito a própria letra,
sempre odiei minha caligrafia... mas costumo reler meu blog...

>ouvir a brasa comer o papel do fumo no silêncio também.
toda noite, antes de dormir

>Acreditar nas estrelas que passam com mais pressa.
Sempre faço um pedido qdo tenho a sorte de ver uma estrela cadente, aproveito p/ pensar qual o tamanho dela, se ela vai explodir qdo entrar em contato com a nossa atmosfera, ou se ela vai bater em algo, destruindo uma construção e deixando espaço p/ alguém reconstruir e melhorar algo, ou ainda, de onde ela está vindo, se é de um outro planeta, ou se é um pedacinho de lua ou de sol, viajando pelo sistema solar tentando chegar na Terra.

>Deitar sozinho.
Toda noite, e tem vezes q eu amo ficar em posição de estrelinha com a cama inteira p/ mim... Mas tem noite q eu odeio e me cerco e abraço meus travesseiros torcendo p/ sonhar, e no meu sonho encontrar meu príncipe encantado...

>Às vezes deitar acompanhado também.
Horrível, mas não posso dizer q não dormi sozinha c/ um corpo qquer do meu lado... Pior ainda qdo era um corpo querendo um pedaço do meu coração q ele nunca teria.

>Ter um casaco de lá cinza-escuro que não lava há dois invernos.
Isso eu chamo de o meu pijama mais gostoso, com cheirinho de vovó, apesar q não é cinza escuro, é vermelho... e enorme... e com bolsos p/ carregar o controle da TV e o cigarro...

>Acompanhar seriado (americano).
Ontem, hoje e sempre.

>Achar-se inadequado e esquecido ou
Ontem, hoje e sempre. (ser leonina nessas horas é péssimo)

>achar-se bom demais pros outros.
Nunca, ou pelo menos ainda não, apesar das Danis repetirem sempre "ele é um idiota e vc merece muito mais"

>Possuir neste vasto mundo apenas um cabideiro.
No sentido literal, possuo mais de um... No sentido figurado, ãhn, o q ela quis dizer? Se for o q eu penso, um cabideiro só me bastaria, só falta encontrar o certo, aquele q tem meu nome escrito...

>Beber destilado em copo plástico,
pois é, acontece ás vezes... mas faz tempo q não acontece comigo...

>esquecer o aniversário da amiga.
Nunca, minha agenda eletrônica tem alarme - eu posso até não ligar e não mandar parabéns, mas esquecer nunca.

>Telefonar a cobrar de um orelhão na chuva para outra cidade.
Sim, mas foi p/ minha mãe, isso conta?

>Chamar o garçom pelo nome e ser chamado pelo nome por ele.
E até levar bronca por estar meio sumida... E ter q me justificar dizendo q ando correndo demais, sem tempo p/ curtir de forma apropriada...

>Concordar que o rock morreu.
Sempre, e nunca, rock nunca existiu p/ mim... Só o rock 'n roll q é bem diferente da concepção geral de rock...

>Escrever sem expectativas,
Todo dia, especialmente qdo entro no meu blog antes de fazer um post e fico decepcionada por ninguém ter comentado o anterior...

>confiar no conselho da manicure,
São os melhores conselhos, especialmente qdo elas me ensinam como fazer o esmalte durar mais tempo, ou qdo elas me dizem qual a cor da moda.

>escrever cartas,
não tanto qto eu gostaria, mas mais do q o normal, especialmente depois q eu achei uma super vidente, q mora em São Thomé das Letras e não tem nem telefone, nem internet.

>não enviar cartas.
Nunca. Eu posso reler e reescrever e pedir a opinião de um milhão de pessoas, mas eu sempre envio, é o mínimo q eu posso fazer p/ alimentar meu egoísmo de deixar alguém sabendo o q eu sinto... E-mail conta?

>Às vezes mesmo enviá-las é uma forma de solidão.
Sempre. Ligar, chamar p/ um café e dizer tudo q tá na garganta, olhando nos olhos da pessoa é sempre muito mais "correto", só assim não é solitário tentar entender e se fazer entender...

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