Todo mundo quer a mesma coisa: amor, carinho, paixão e etc..., mas todo mundo quer essa mesma coisa de lugares diferentes. Por exemplo, eu não quero o amor e o carinho do verdureiro da esquina, eu quero paixão de um cara: charmoso, inteligente, que leia Bukowski, seja tão viciado em cinema quanto eu, que adore dançar, não tenha medo de ser expor ao ridículo, q seja tarado por novidades, além de tarado por mim (é óbvio) e que não possa viver sem música. E é aí q o bicho pega, afinal, o q eu quero parece nunca ser exatamente, ou melhor, muitas vezes não parece nem de longe, o q a pessoa com quem eu estou é, e vice-versa. Então fica aquele monte de expectativa frustrada que acaba virando uma enorme bolha de ar, intransponível, transparente, palpável e sufocante sempre a manter aquela distância segura e incômoda.
Eu faço terapia e a minha psicóloga sempre fala que eu tenho q aprender a ver as pessoas como elas são e parar de projetar o q eu gostaria q elas fossem ou como eu gostaria q elas agissem e blá-blá-blá, mas o fato é: Eu quero sim um príncipe encantado, montado em um cavalo branco, que leia Fante (em caso de dúvida, pergunte ao pó) sob a luz da lua diante de uma fogueira. Misturado com um cowboy do mundo de Marlboro, com a barba rala que arranha meu corpo, mão áspera que machuca meu braço e cheiro de Jack Daniels transbordando pelos poros! Não precisa ser nenhuma dessas coisas o tempo todo, pode incorporar essas diferentes personas esporadicamente, assim como eu, de tempos em tempos, e a gosto do freguês, viro a mãe que leva sopa na cama, a puta que veste couro e amarra na cama, a gueixa que lava os pés do senhor quando ele chega em casa.... Será que estou pedindo demais da vida?
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