sexta-feira, dezembro 07, 2012

Então, fim de mais um ano. E foi um ano e tanto. E será um daqueles fins-de-ano que parecem mais um fim-de-mês que junta com o mês seguinte, seamlessly.

Esse ano assisti 2 dos meus Top 5 shows para ver antes da banda ou o cantor pararem de tocar, os 2 casos foram no susto, nos 2 casos comprei o ingresso e a passagem aérea 1 semana antes do show, os 2 me renderam 1 semana de férias cada, com direito a passeio, risadas, sorrisos, pessoas novas, beijo na boca, sexo e tudo mais de bom da vida.

Depois do LCD ficou meio inevitável comparar qualquer show com aquele (sim, foi assim incrível) e quando no PULP todos gritavam "I want to live with common people" foi inevitável lembrar de todos gritando "I can change, I can change, I can change" e quando o Jarvis disse "When I grow up, I wanna live with common people like you" (7m:43s do vídeo aí embaixo), enfim.

No dia seguinte ao show tive uma daquelas noites em que consegui fazer happy hour e jantar e com isso consegui ver tantas pessoas que amo tanto e conversar, reclamar, rir, comemorar as coisas boas e coisas ruins, coisas da vida.

Naquela noite seguinte o Common People ainda tocava na minha cabeça e enquanto eu ouvia aquelas pessoas tão queridas falando sobre trabalho, relacionamentos, viagens eu pensava no ano que está acabando e como quero ser sempre comum e ordinária como as pessoas que me cercavam. Common people like me. My people.

quarta-feira, novembro 21, 2012

Years and years with the same set of words, on the same setting, and all of a sudden you get an Eureka moment and notice something new. Well, not all of a sudden, more like a build up of stuff, little things, snippets of thoughts and ideas that come together, tear apart and create something new. Because sometimes you'd like to walk on sunshine, and other times you simply must.

sábado, novembro 10, 2012

Na cabeça: Silêncio e Aviões.

Da janela do escritório da minha casa eu enxergo a pista de pouso, quando aceitei o emprego novo (agora velho) comecei a procurar um apê perto do aeroporto, já sabia como seria. O que não sabia naquela época é que eu receberia pontos extra no 4square por 21 semanas seguidas dando check-in em hotéis. Um ano tem 52 semanas, significa que por 6 meses, todas as semanas, fiquei em algum hotel. E se faz mais de 6 meses que não fico em um hotel em SP, faz 6 meses que todas as semanas passei por pelo menos 2 aviões.

Tem vezes que eu sento no aeroporto e assisto as pessoas indo e vindo, imaginando de onde elas vieram e para onde vão, criando histórias. Outras vezes enfio a cara em algum livro, aumento o som que sai dos fones de ouvido e as pessoas somem.

A solidão de viagens constantes, de dias, semanas e meses em aeroportos e hotéis é diferente. Diferente de acordar no sábado e não querer sair e ver pessoas. É uma solidão forçada, não opcional. Desde que comecei o projeto no RJ passo muito mais tempo dentro da minha cabeça do que em qualquer outro lugar.

Mas o que penso hoje é que depois de um tempo perdendo coisas por falta de vontade de ir sozinha, voltei a esquecer de convidar as pessoas e vou só comigo mesma a shows.

domingo, novembro 04, 2012

And then it's done. 365 fotos. Uns 400 dias.

Lembro por que comecei com as fotos, foi pra parar um pouco de obcecar com a palavra e a mensagem, foi para sair da minha zona de conforto e obrigar o lado direito do meu cérebro a trabalhar. Para parar de me obrigar a ser tão clara e descritiva, analítica, já faço isso mais do que o suficiente no meu dia a dia.

And now what? Pelo jeito é voltar a escrever. Volto a me pegar pensando em posts. Volto a me pegar pensando em como me fazer entender. Menos descritiva, o que é bom.

Cheguei hoje de 15 dias viajando pelos EUA. Meu chuveiro entrou em curto e explodiu o fusível de casa. Descobri isso mais de 1 da manhã quando voltei da janta, por sorte o zelador estava dando uma festa e estava acordado e sóbrio o suficiente para trocar o fusível. Por azar não empolgado o suficiente para arrumar o chuveiro. Tudo bem, amanhã viajo de novo, posso lavar o cabelo com água quente no hotel.

Em 15 dias nos EUA passei por 7 cidades, 3 hotéis, 6 aeroportos, 5 fusos. Chorei em um show como não chorava desde o R.E.M. Conheci pessoas novas, vi pessoas queridas que estão longe, beijei na boca, fiquei bêbada e dancei sóbria. Andei sem rumo de madrugada, decidida. Corri para chegar onde precisava ir, com passos incertos. Peguei atalhos e dei a volta mais longa.

Mas hoje eu durmo na minha cama, com meu travesseiro.

Now what? Go to sleep is always a good idea.

sexta-feira, novembro 02, 2012


Sem condições de falar do Leonard Cohen, muita coisa para escrever, zero capacidade para coerência.

Vou escrever de Austin / Texas então! Muito mais fácil!

Só preciso dizer que aqui os táxis te deixam fumar, os bares te deixam fumar, as baladas acabam 2AM, mas os food trucks continuam abertos e a galera amontoa em volta deles. No "shopping district", a única loja de "cadeia" é a Urban Outfitters, que convenhamos, é cool pra caraleo, se você quiser uma Macy's, Nordstrom ou Sephora, precisa praticamente sair da cidade (fica a 20 min de carro do centro o shopping mais próximo), estou no 20o andar do hotel e consigo ouvir a música na rua e são 1:17 da manhã aqui.

Resumindo, cidade universitária, muito rock e comerciantes decididos a manter as "grandes cadeias" longe. My kind of town.

PS1. a galera aqui é mega gentil e bate papo com qualquer um (no caso, comigo)

PS2. como sempre, nos EUA, recebo convite para café, jantar, e só hoje recebi o telefone de 2 caras, pra eu ligar depois do show (o que eu não fiz porque depois do Leonard dizendo "I'm your man" não vai rolar) - o mais importante é: Cadê esse entusiasmo todo no Brasil??

terça-feira, outubro 30, 2012

Quando vim para Seattle na 6a disse que estava apaixonada pela cidade. No domingo, quando vim de novo, entrando na cidade pensei que parecia Boston, que eu prefiro, mas aí vi Mt. Rainier e de apaixonada passei para amando. Ir ao EMP acabou com a discussão, uma cidade com um museu onde o rock sai até pela ventilação? Hell yeah, I wanna live here.

Hoje acordei triste de pensar em ir embora amanhã, pensei em mudar minha passagem e ficar aqui mais 1 dia, 3 dias de turismo e não consegui ver metade do que planejei, até agora não entendi direito como funciona o metrô ou os ônibus,e pelo tour que fiz pelo "underground" (sim, Seattle tem muita história e uma parte da cidade foi construída literalmente em cima da cidade antiga, destruída em um incêndio em 1889), falta muito para conhecer.

Por outro lado, ainda mais do que quando estive em NYC no começo do ano, lembrei o que me cansa nos EUA, 22h tudo fecha, ruas desertas, 21h me chutaram do bar porque não carrego o passaporte comigo, não consigo comprar cigarro. Além disso, apesar do Sol hoje, ele estava bem tímido, tudo é meio cinza, chuvoso. Essa não é uma cidade que te convida a andar por horas sem rumo. E eu preciso andar por horas sem rumo.

Enfim, amanhã é Texas, um dia eu volto, provavelmente quando estiver a caminho do Alaska (que grita pela quantidade de pessoas de lá com quem bati papo), talvez quando estiver em Vancouver. Pode não parecer, mas o foco ainda é tirar férias de verdade em Cambodja.

PS. Eu sei que quis fazer Biologia Marinha e não posso ver filmes de terror porque não durmo por semanas, mas por algum motivo o Seattle Aquarium me assustou enquanto a mostra de filmes de horror me fez rir... E o momento mais medo de tudo nesses dias foi quando a guia do underground tour apagou as luzes e ficou explicando sobre as mortes nos túneis e os supostos "fantasmas" que habitam o lugar.

PS2. A guia do Underground Tour fez vários comentários ótimos, mas um dos melhores foi quando ela explicou que eles precisaram empurrar todo o entulho que sobrou de um terremoto de 2001 para outro canto da "sala" porque o chão está descendo, mas as construções não e fechou o assunto comentando que legal saber que pagamos para andar no subterrâneo de prédios de 10, 15 andares, em uma região condenada, propensa a terremotos, com o chão instável e ratos por todos os lados.

sábado, outubro 27, 2012

Na cabeça: "The blower's daughter" - Damien Rice - ...and so it is... that I got a new tattoo. And went up on a stage and pretended to be in a battlefield. And had the most amazing red velvet cheesecake. Went up on the space needle in Seattle. Saw how a Boeing is assembled. Laughed like a maniac. Drank the DJ's drink, bargaining for a song but got drunk before he played it. Mixed up Portuguese, English, French and Spanish on the same sentence. Had curly fries in the middle of the night, on a greasy diner, where a homeless crazy guy was eating too.

And so it is that some stuff comes back to bite you in the ass when you least expect it. But others really do go away and hopefully do not come back.

And so it is that I'll be in Seattle next week, then Austin. Most importantly I'll get "an evening with Leonard Cohen". As music is the way to get myself clean, so it is that things keep coming full circle and closing down and opening up.

quarta-feira, setembro 05, 2012

Na cabeça "...What the hell am I doin' here?... I don't belong here..."

Ouvindo o disco novo da Cat Power, em uma das músicas o Iggy Pop entra e começa a falar e eu chorei na mesa.

Uma montanha de trabalho e coisas acumuladas e atrasadas. Zero vontade de pensar em montar planos de testes de sistema.

Só consigo me perguntar what the hell am I doin' here.

Enquanto tem gente lá fora fazendo músicas e filmes que fazem pessoas chorar, estou eu aqui pensando em lançamento contábil de estoque para ativo fixo. Tudo errado.

segunda-feira, abril 09, 2012



Terceiro dia de caminhadas desvairadas, não estou falando de caminhar por 1, 2 horas, por 5 ou 10 quarteirões, estou falando de 6, 8 horas caminhando, por incontáveis quarteirões. Porque eu me perco, tinha que virar para um lado, viro para o outro e quando percebo faz 2 horas que estou caminhando sem saber onde estou.


Não caminho por aí sem rumo só porque eu gosto, começo a pensar que aprendi a gostar de andar sem rumo porque não tenho senso de direção... Não é nessa viagem que comecei a gostar de caminhar sem destino definido. Mas nesses dias comecei a aprender a usar a bússola do Google Maps.

Hoje eu tinha plano definido. Dia de 3 "igrejas". Logo cedo missa estilo Blues Brothers, com direito a palmas, cantoria e Améns e Praise the Lords, porque esse é um dos meus programas favoritos em NYC. Depois cherry blossoms, que não é igreja, mas quase; se você pensar na impermanência budista, na parte quase religiosa de buscar as flores perfeitas, no vento, tudo aquilo que vive em quem eu cresci para ser.


Finalmente, à noite, minha igreja, minha religião. Dança. O corpo como instrumento para tudo o que vi durante o dia, elevação da alma, proximidade, amor, grupo, unidade, conjunto, impermanência, força e doçura, tudo junto e misturado. Como disse a Pina no filme, a dança existe para quando a palavra falta, ou algo assim.


O meu corpo nunca foi meu templo, citando o Anthony Bourdain, sempre foi meu parque de diversões, que eu sempre usei e abusei, desde as noites sem dormir (fosse para a balada, fosse para trabalho) até esperar mais 2 quarteirões antes de beber aquele gole de água que ele está pedindo (só pelo hábito de não ceder a tudo que ele pede imediatamente). E nesses dias, mais do que o normal, ele é todo meu meio de transporte, todo meu acesso ao mundo. Dias sensoriais, não intelectuais.


E sobre o Furza Bruta? Tudo que eu imaginava e muito muito mais.





sábado, fevereiro 25, 2012

No iTunes: "Purple Rain" - Tori Amos

Outro dia o Guss me perguntou o que vou fazer quando acabar de tirar as 365 fotos, se vou recomeçar ou o quê. Respondi que provavelmente voltaria a escrever. Toda a ideia de tirar as 365 fotos foi porque eu queria sair da minha zona de conforto, queria me dar a chance de fazer algo que normalmente não gosto tanto, porque eu gosto de explicar e dizer e detalhar e garantir que minha ideia foi transmitida (ou pelo menos que fiz o meu melhor para isso), e fotos são tão subjetivas, tão sujeitas a tantos filtros diferentes.

Mas aí de repente eu levantei e a cidade está tão em silêncio, a noite tão calma e eu cheguei cedo em casa e não percebi que ficou tão de madrugada de repente, me confundi pensando que hoje era sábado e o horário de verão acabou, me perdi nas horas e tive vontade de escrever, mas talvez por falta de prática não saiba muito bem o que quero tentar explicar ou transmitir ou como fazer isso agora.

E então o que eu consigo dizer é que ouço muito mais Prince do que seria considerado saudável e que eu sei que é errado, mas estou viciada em Ruffles sabor milho com manteiga. E que no meu mundo atual vivem milionários perdidos, vinganças de família e virgens que enrubescem.

terça-feira, janeiro 24, 2012

Because I’ll Never Swim in Every Ocean
by Catherine Pierce

Want is ten thousand blue feathers falling
all around me, and me unable to stomach
that I might catch five but never ten thousand.
So I drop my hands to my sides and wait
to be buried. I open a book and the words
spring and taunt. Flashes—motel, lapidary,
piranha—of every story, every poem I’ll never
know well enough to conjure in sleep.
What’s the point of words if I can’t
own them all? I toss book after book
into my imaginary trashcan fire.
Or I think I’ll learn piano. At the first lesson,
we’re clapping whole and half notes
and this is childish, I’m better than this.
I’d like to leave playing Ravel. I’d like
to give a concerto on Saturday. So I quit.
I have standards. Then on Saturday,
I have a beer, watch a telethon. Or
we watch a documentary on Antarctica.
The interviewees are from Belarus, Lima, Berlin.
Everyone speaks English. Everyone names
a philosopher, an ethos. One man carries a raft
on his back at all times. I went to Nebraska once
and swore it was a great adventure. It was.
I think of how I’ll never go to Antarctica,
mainly because I don’t much want to. But
I should want to. I should be the girl
with a raft on her back. When I think
of all the mountains and monuments
and skyscapes I haven’t seen, all the trains
I should take, all the camels and mopeds
and ferries I should ride, all the scorching
hikes I should nearly die on, I press
my body down, down into the vast green
couch. If I step out the door, the infinity
of what I’ve missed will zorro me across
the face with a big L for Lazy. Sometimes
I watch finches at the feeder, their wings small
suns, and have to grab the sill to steady myself.
Metaphorically, of course. I’m no loon.
Look—even my awestruck is half-assed.
But I’m so tired of the small steps—
the pentatonic scale, the frequent flyer
hoarding, the one exquisite sentence
in a forest of exquisite sentences.
There is a globe welling up inside of me.
Mountain ranges ridging my skin,
oceans filling my mouth. If I stay still
long enough, I could become my own world.