domingo, novembro 29, 2009

Esse post ficou gigante, sorry and feel free to skip right down to the poem at the end.

No iPod: "Solid Gold" - Chuck Prophet

Parei para ouvir uma música antes de dormir e o iPod tocou essa aí em cima, que eu amo, e ele diz "I wanna raise a toast to everyone... To my friends, near and far... I wanna raise a toast to stand up men, wherever you are... I wanna raise a toast to you my love... For putting up a fight... Then I'm gonna raise my glass again, for you (you know), on this star-crossed night..." e fez todo sentido.

Antes de dormir também vi um filme e um documentário. No filme a menina diz que precisa às vezes parar e mandar o coração requisitar mais ar, ela precisa se mandar respirar. No documentário (que é melhor) a diretora, praticante de ioga, pega um cara que não acredita em yoga e acompanha 6 meses dele praticando e indo para a Índia e procurando o sentido da ioga. E ele aprende a respirar e no fim diz que o experimento foi um fracasso, que a yoga não mudou a vida dele, mas depois ele larga NY e se muda para o Colorado e vai escalar.

Antes dos filmes e de ir ao shopping com duas amigas e jantar e passear, e depois de ir à aula, eu fui ao tatuador, tinha esperanças de convencê-lo a fazer a minha tatoo, que é pequena, hoje mesmo mas nem rolou, ele só me mostrou e desenho e botou a gente na rua. Pra piorar ainda ele não tem horário para mim semana que vem e só consegui marcar de fazer a tatoo nova na outra da outra segunda feira. Daqui a algo como três anos para mim. Capaz de eu já ter desistido até lá! Então estava indo dormir, ainda pensando no que alguns dos gurus do documentário disseram, aí pensei na minha tatoo nova e na que eu pensei em fazer junto mas desisti. E então resolvi escrever.

Sempre tive muita pressa, nasci prematura, não tenho paciência, não gosto de esperar, gosto de resolver, prefiro agir a reagir. Mas esse ano me pareceu que tudo o que eu fazia não surtia o efeito desejado, tudo pareceu enrolado, parado, e quanto mais me debatia, mais afundava. Passei então a periodicamente ter que escrever no meu próprio pulso 'Breathe, Let Go', pra me lembrar de continuar respirando - e foi essa tatoo que eu pensei em fazer e desisti.

A enrolação com a monografia foi o ápice, além de escrever 'Breathe' no pulso colei um bilhete gigante na minha geladeira 'Stillness is a movement', pra me lembrar de que eu posso não gostar, pode ser contra a minha natureza, mas às vezes o melhor movimento é ficar bem paradinha.

É isso, eu, que sempre fui do time do 'faço e aconteço' tive um ano de pancada para aprender a respeitar o ritmo dos outros, para entender que às vezes o melhor a fazer é deixar as coisas acontecerem e só então decidir o que fazer. Dolorosa, irritante e tediosa essa lição.

PS1. Só para comentar, eu ainda faço e aconteço quando dá, só para evitar a morte por tédio - ontem, para evitar o tédio absoluto eu inclusive dancei em cima do balcão do boteco.

PS2. A tatoo nova é por causa de algo que pensei muito esse ano além de 'Breathe', toda hora eu precisava pensar num poema do Bukowski, me lembrar que o importante é a forma como você lida com a crise, a elegância com a qual você briga pelas coisas, o importante não é o problema, mas sim como você vai se sentir quando olhar para trás. E por isso aqui embaixo vai o poema inteiro (óbvio que só vou tatuar um pedacinho pequeno dele no meu corpo).

How Is Your Heart? by Charles Bukowski
during my worst times
on the park benches
in the jails
or living with
whores
I always had this certain
contentment-
I wouldn't call it
happiness-
it was more of an inner
balance
that settled for
whatever was occuring
and it helped in the
factories
and when relationships
went wrong
with the
girls.
it helped
through the
wars and the
hangovers
the backalley fights
the
hospitals.
to awaken in a cheap room
in a strange city and
pull up the shade-
this was the craziest kind of
contentment

and to walk across the floor
to an old dresser with a
cracked mirror-
see myself, ugly,
grinning at it all.
what matters most is
how well you
walk through the
fire.

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