quarta-feira, abril 28, 2010



Empacotando minhas coisas para mudar de casa, só que dessa vez é diferente, não sei pra onde vou, ou melhor, sei que vou para a casa do meu irmão, e sei que tem que ser bem temporário. Depois, não sei.

Livros e DVDs todos encaixotados, vão para casa da minha mãe. Temporariamente.

Juntando sacos de coisas acumuladas, coisas para doar. Roupas, baterias, sapatos, cabos, adaptadores. Mas aí me deparo com um bilhete fofo, com um guardanapo daquela noite, com um coisinho de fósforos daquele bar super legal pra onde eu nunca voltei. Como eu posso jogar esses, eu sei, objetos, numa caixa e pronto? Sem saber quando voltarei a vê-los?

Semana passada fui a um tarólogo, ele era ruinzinho, mas disse algumas coisas ótimas, entre elas que a fase de 'tapar o buraquinho da barragem com o dedo' (palavras minhas; de novo, ele era ruinzinho) vai continuar mais um tempo, mas que eu preciso entender que resolver os problemas repetidamente, com soluções temporárias, é tomar o controle da situação sim, que eu não preciso ficar preocupada, a falta de solução definitiva, a falta de rumo é a direção - temporária - que a minha vida tomou.

Mas continua sendo a minha vida. Tá tudo bem. Ou pelo menos ficará tudo bem, daqui a um tempinho. É temporário.

O detalhe/nota interna: fez sentido o sexo de despedida do apê ter sido com quem foi, como foi, meio de supetão, meio desacreditando, meio sem por que, algo com gosto de 'não sei'. Um caso, uma paixão, que foi difícil colocar na caixa e mandar pra longe, mas que quando eu fiz isso, foi até que bem fácil continuar no meu rumo.

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