quarta-feira, abril 28, 2010



Empacotando minhas coisas para mudar de casa, só que dessa vez é diferente, não sei pra onde vou, ou melhor, sei que vou para a casa do meu irmão, e sei que tem que ser bem temporário. Depois, não sei.

Livros e DVDs todos encaixotados, vão para casa da minha mãe. Temporariamente.

Juntando sacos de coisas acumuladas, coisas para doar. Roupas, baterias, sapatos, cabos, adaptadores. Mas aí me deparo com um bilhete fofo, com um guardanapo daquela noite, com um coisinho de fósforos daquele bar super legal pra onde eu nunca voltei. Como eu posso jogar esses, eu sei, objetos, numa caixa e pronto? Sem saber quando voltarei a vê-los?

Semana passada fui a um tarólogo, ele era ruinzinho, mas disse algumas coisas ótimas, entre elas que a fase de 'tapar o buraquinho da barragem com o dedo' (palavras minhas; de novo, ele era ruinzinho) vai continuar mais um tempo, mas que eu preciso entender que resolver os problemas repetidamente, com soluções temporárias, é tomar o controle da situação sim, que eu não preciso ficar preocupada, a falta de solução definitiva, a falta de rumo é a direção - temporária - que a minha vida tomou.

Mas continua sendo a minha vida. Tá tudo bem. Ou pelo menos ficará tudo bem, daqui a um tempinho. É temporário.

O detalhe/nota interna: fez sentido o sexo de despedida do apê ter sido com quem foi, como foi, meio de supetão, meio desacreditando, meio sem por que, algo com gosto de 'não sei'. Um caso, uma paixão, que foi difícil colocar na caixa e mandar pra longe, mas que quando eu fiz isso, foi até que bem fácil continuar no meu rumo.

terça-feira, abril 20, 2010

Quando estava em Paris, uma noite decidimos ir ao Quartier Latin mas não conseguimos, no metrô começaram a avisar que a estação havia sido fechada, sem explicações, fomos então para outro bairro. No dia seguinte, por causa de uma ligação desesperada da minha mãe, descobri que o ETA tinha feito um ataque terrorista e explodido uma bomba na estação do Quartier, uma meia hora antes da hora que eu havia combinado de estar lá.

Quando estava na Flórida um furacão resolveu ir na minha direção, umas 6 horas antes de fecharem o aeroporto, depois de muitas idas e vindas, telefonemas para a cia. aérea, congestionamento no trânsito, correria pela avenida e pelo aeroporto, consegui embarcar para Boston e fugir do confinamento em um estádio.

Quando estava em Roma um vulcão resolveu esfumaçar tudo e... me fodi. Fiquei presa no aeroporto, vi muita briga (física mesmo, porrada), gritaria, gente no chão, nos bancos, hotéis lotados, bagunça, falta de comida e bebida, fiquei com calos nas mãos de carregar minhas malas e passei por muito mau-humor. Em compensação, voltei num vôo vazio para o Brasil, não peguei fila na Imigração e nem empurra-empurra no duty free!

Resumo: Mesmo quando minha sorte falhou ela ainda foi muito legal, furacão e bomba poderiam ter sido muito piores e com o vulcão fui compensada no fim!

quinta-feira, abril 15, 2010

Sobre a Espanha: Os Garçons!

Exemplo 1: Jantando em Valência, na cestinha de pão sobrou só um, ou melhor, metade de um, e não fomos nós (a DaniDani, a Ana e eu) que comemos a primeira metade. Pedi mais pão, o garçom veio, pegou a cestinha, enfiou na minha cara e me obrigou a pegar o pão meio comido. Sim, ele fez cara de bravo e tudo!

Exemplo 2: Almoçando em Cartagena, o prato de lula frita vinha com umas pimentas fritas também, tanto a Ana quanto eu ignoramos as pimentas, quando o garçom veio tirar o prato ficou enfiando o prato na cara da Ana para que ela pegasse as pimentas e ficou bravo quando ela se negou!

Exemplo 3: Jantando ontem, (a) pedi uma porção de croquetas, ele me respondeu que só ia mandar meia porção porque a inteira era grande pra uma pessoa só; (b) não comi o prato inteiro, fui pedir a sobremesa, ele disse que quem não come tudo não ganha sobremesa, tive que barganhar, pagar de coitada, dizer que estava sozinha, que era minha primeira refeição per se em 5 dias, que precisava de chocolate; (c) ele aceitou mas não quis me trazer o menu, disse que ia me trazer algo que eu ia comer tudo; (d) não toquei no sorvete da sobremesa, ele me respondeu que assim não iam mais me deixar voltar ao restaurante.

PS. O garçom 1 foi um tiozinho simpático; o garçom 2 era gatinho (pra mim, a Ana nem gostou tanto); e o 3 foi bem engraçado.

PS2. A sobremesa era fantááááástica, um coisinho de chocolate que quando eu enfiei a colher explodiu se transformando em chocolate puro, derretido, quentinho, um tipo fondue de chocolate em cima da frutinhas que estavam em volta - Óbvio que como foi minha primeira refeição sentada à mesa em 5 dias, eu escolhi voltar ao restaurante que já tinha sido fantástico, a Taberna "Comer, Beber, Amar".