Fds musical, de shows, muitos shows. Começou 6a. com um super show de chorinho com direito a canja de um sambista que eu não lembro o nome, mas que encheu meus olhos d'água cantando "Meu tempo é hoje".
E aí veio o sábado, com exatamente o que o médico recomendou, quase 10 horas de porrada. Punk, hardcore, thrash e death metal na veia, sem interrupções. E do mesmo jeio que com o sambista, fiquei com os olhos cheios d'água ouvindo o Mike Muir berrar 'You can't bring me down' e quando o Billy Graziadei fez o primeiro de dois stage divings, de uma distância meio absurda porque o pit dos fotógrafos era gigante.
É isso, música é tudo e cada vez que uma banda subiu ao palco eu esquecia o mundo, a vida, tudo. E sentia, só.
Pra tentar ser mais objetiva, chegamos ás 17h, super vazio ainda, chegamos na hora certa, mesmo sem saber, e em 10 minutos o Korzus subia no palco 1, eu achei o som baixo (o Guss discordou e achou bem alto), mas no fim descobri que era a acústica do lugar, que mesmo super limpo (para um festival) e super arrumado não era o melhor lugar para shows de rock. Já devia fazer uns 15 anos que eu não via o Korzus, e pelo menos 10 que não ouvia qualquer música deles, mas, claro, eles têm lugar especial no meu coração (assim como de qualquer brasileiro que curta metal), então foi legal, divertido e adorei que o vocalista organizou o primeiro mosh pit da noite, até fiquei tentada a entrar, mas tinha pouca gente e a noite ainda seria longa.
Depois, banda bunda / whatever no palco 2, como o Guss estava cobrindo o festival nós tínhamos a programação, que simplesmente não foi divulgada para quem comprou os ingressos, e posso dizer que fora o erro de não comunicar ao público qualquer coisa que o valha (inclusive da existência do festival), foi ótima, mesmo, e os shows começaram todos com no máximo 15 minutos de atraso, com intervalo de no máximo 10 min entre eles - eu AMO a idéia de dois palcos.
Carácoles, o que eu tenho a dizer do festival vai ficar enorme... Vou começar a resumir. Voltando para o palco 1, entra o Ratos, e eu tenho 14 anos de novo (que provavelmente foi a vez mais recente que eu vi o Ratos ao vivo), o começo foi mais ou menos, eu gosto de Ratos punk-rock-escroto, essa fase hardcore deles não me agrada tanto, mas como todas as outras bandas da noite, sim, eles fizeram os tiozinhos (e tiazinha) da platéia feliz e tocaram coisas de 10, 15 anos atrás, então, fechar com 'beber até morrer, essa é a solução' me fez uma criança feliz, muito feliz.
Assim como o Suicidal, que me deu arrepios e me colocou imediatamente pulando com os acordes iniciais de "How will I laugh" - esse foi o único show em que eu entrei num mosh, sem querer, fiquei hipnotizada e fui indo, indo, indo pra frente e acordei só quando tomei uma porrada que hoje percebi que deixou um roxo (um entre alguns que eu descobri tomando banho hoje), devolvi a porrada, continuei dançando e gritando e aí voltei, porque me faltou ar, idade é uma coisa...
Pra dar uma idéia de como eu estava cansada nessa hora, entre o Suicidal e o Biohazard, minha barriga roncava e eu tinha preguiça de mastigar a comida, derrubei coca-cola no canto de chão onde eu me joguei e não consegui levantar para mudar de lugar, só deu para puxar a perna para outro lado pra não me molhar.
Mas o Biohazard entrou logo depois disso e foi o melhor show da noite, sem discussão, comemorando 20 anos de banda, todos os membros originais de volta e foi do caralho. Eu estava surda, cansada, com sono e fome, mas vê-los no palco foi o que bastou, eles tocavam com tanto tesão que não dava para não esquecer tudo e pular junto. E o pedido para fazermos o "maior círculo do Brasil" foi quase irresistível, quase, veja bem.
Sobre o Sepultura? Sempre vai ser uma das minhas bandas favoritas, coisas de tiete mesmo, porque eu sou e sempre fui apaixonada pelo Andreas. Não tinha visto o Derrick ao vivo ainda e fiquei super bem impressionada, o novo baterista é bom (não é o Igor, mas é bom) e se o disco for inteiro como a música nova, ainda sem nome, que eles tocaram, vai ser o melhor disco deles em anos.
Saldo? Dor no corpo inteiro, alguns roxos, surdez e dor nos ouvidos temporários, o melhor sono de muito muito tempo qdo cheguei em casa ontem e uma leveza de espírito absoluta.
PS. Outro dia saí com uma amiga de colegial e estávamos comentando como eu totalmente não me encaixava naquele mundo da escola, como eu não ia nas festas, como eu era esquisita e as pessoas tinham um misto de pena e medo de mim. Aquela foi a época que eu ouvia o que eu ouvi ontem de novo. Ontem eu fui aquela menina de novo. E foi bom, muito bom.
PS2. Para quem estiver interessado (e pra servir de del.icio.us para mim), a música que o Sepultura tocou ontem está aqui: http://youtube.com/watch?v=xuPW_oY2HuA
Um comentário:
depois desse "saldo" doloroso e bom, acho que você merece um fim-de-semana musical mais light. Que tal o jazz e blues, estarei te esperando. beijos!
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