Umas duas vezes por dia desde sempre eu penso em morar fora do Brasil um tempinho, nada demais, uns 3, talvez 5 anos, fico imaginando como seria estar fisicamente longe do meu mundo, ter que criar um novo, como eu explicaria a situação para minha avó, o que eu levaria comigo, onde eu gostaria de morar. Algumas vezes eu vou atrás disso, outras invento desculpas e motivos para não ir.
Hoje tenho despedida de uma pessoa muito querida que está indo morar no Canadá, por causa disso hoje pensei mais ainda em como seria estar de mudança para outro país, fiquei lembrando do meu amigo que mudou da Tunísia para Paris, dos problemas com as coisas dele que ficaram paradas na alfândega.
Depois da temporada sem casa tenho absoluta certeza que posso ir embora levando só umas poucas roupas, uma hd com música, uma meia dúzia de amigos e minha avó.
A questão é sempre essa, os objetos a gente pode deixar todos, as pessoas, o que elas representam na nossa vida, o que elas dizem sobre quem nós somos é que é difícil deixar a um oceano de distância.
As pessoas mais próximas de mim e a forma como eu me relaciono com elas definem quem eu sou. E aí se eu vou pra outro país e deixo isso longe, quem eu passo a ser? Better, worst or just another version of me? Penso que no começo worst, aí another, depois de um tempo better, definitivamente better.
Então para o meu amigo que está de mudança o recado é: Babe, I know we’ll meet again, hopefully soon and I’m glad ´cause even though you’re already a fantastic person, I’ll get to meet an even better version of you. Be good, enjoy the ride and keep at it, building your great and remarkable life.
PS. Relendo o post lembrei de algo muito importante, lembrei como tenho pessoas tão próximas do meu coração que moram tão longe de onde eu moro hoje, então nota mental: proximidade física no mundo de hoje pesa menos.